domingo, 8 de abril de 2012

Brasil poderá ter o maior índice de obesidade infantil do mundo


O avançar da idade do ser humano é acompanhado de uma tendência a um declínio do gasto energético médio diário à custa de uma menor atividade física. Isso decorre basicamente de fatores comportamentais e sociais como o aumento dos compromissos estudantis e/ou profissionais.
Assim como nos adultos, nas crianças alguns desses fatores contribuem para um estilo de vida menos ativo. A disponibilidade de tecnologia, o aumento da insegurança e a progressiva redução dos espaços livres nos centros urbano reduzem as oportunidades de lazer e de uma vida fisicamente ativa, favorecendo atividades sedentárias, tais como: assistir a televisão, jogar videogames e utilizar computadores aumentando os indices de obesidade infantil.
Atualmente existem estudos que comprovam a associação entre sedentarismo, hábito inadequada que levam as crianças provavelmente se tornarão adultos obesos.
Uma pesquisa britânica publicada na revista Pediatrics, afirma que a obesidade infantil pode estar determinada antes dos cinco anos de idade. O estudo acompanhou 233 crianças desde o nascimento até a puberdade, sendo que o peso das crianças ao nascer permanece semelhante aos níveis de 25 anos atrás, “mas elas se tornam mais gordas até a puberdade, em comparação com as crianças da mesma idade nos anos 80”. Segundo o coordenador da pesquisa, Professor Terry Wilkin, da Peninsula Medical School, em Plymouth, na Inglaterra.
Um estudo recente no Brasil sobre a coordenação do pediatra Mauro Fisberg, professor da Universidade de São Paulo (UNIFESP), constatou que as crianças brasileira estão ingerindo muito mais calorias. Entre 2 a 5 anos de idade, 22% apresentam sobrepeso sendo que 6% já estão obesas, superando o índice de sobrepeso dos EUA que é de 10% e se continuar neste ritmo, logo, irá superar o maior índice de obesidade infantil do mundo que pertence aos americanos.
Outro dados alarmante é que os índices de sobrepeso e obesidade infantil no Brasil são hoje sete vezes mais altos dos que registrados nos anos 70, e com isso, surgem com mais freqüências casos de hipertensão, diabetes e colesterol elevados nas crianças.
Em contrapartida desses dados vários estudos com crianças e adolescentes têm demonstra­do o benefício da atividade física no estímulo ao crescimento e desenvolvimento, prevenção da obesidade, incremento da massa óssea, aumento da sensibilidade à insulina, melhora do perfil lipídico, diminuição da pressão arterial, desenvol­vimento da socialização e da capacidade de trabalhar em equipe, além de produzir efeitos benéficos a longo prazo relacionados ao aparelho locomotor.
O crescente processo de urbanização, a especulação imobiliária, o excesso de veículos motorizados nas vias públicas, o extraordinário crescimento da violência, têm determinado intensas restrições à atividade física na infância. Uma criança hoje gasta em média 600Kcal diárias a menos do que há 50 anos atrás.
Um outro estudo da revista científica The Journal of Pediatrics  fez uma pesquisa onde liga o estresse familiar ao risco de as crianças se tornarem obesas.
            Em comparação do nível de estresse das famílias de 7.400 crianças de cinco a seis anos, desde o seu nascimento, pesquisadores suecos constataram que crianças de famílias com altos níveis de estresse (doença, morte, divórcio, desemprego ou violência) tinham o dobro do risco de obesidade.

         Portanto, necessita haver uma grande mobilização de governos e principalmente pais, professores, profissionais da saúde e educação para reverter está situação delicada antes que se torne um problema muito mais grave relacionado a saúde e ao desenvolvimento das crianças e jovens que são o futuro deste país.

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